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  • Editora/Coeditora

    Unifesp
  • Autor/organizador(es)

    Érico de Souza Brito
  • Ano de publicação

  • ISBN

  • Número de páginas

  • Sinopse

    Com um texto coerente e bem escrito, Érico Brito nos traz, a partir da observação sobre a constituição e as diferentes posições políticas assumidas por uma das linhagens dos fulas, os Embalós, elementos para a compreensão de acontecimentos recentes no cenário político da Guiné-Bissau tais como a eleição do atual presidente da república, Umaro Sissoco Embaló. Ao descrever a formação dos fuladus, elite fula à qual pertencem os Embalós, o autor demonstra como se constituiu o que são os fulas hodiernos e como eles classificam a si mesmos e são classificados pelos outros. Elementos tais como pastorialismo, comércio, islamismo, expedições militares e domínio de terras na região de Gabú constituem o pano de fundo para que se possa entender a estratificação social e a posição dessa elite no contexto nacional guineense. Ou seja, de origem nômade, os fulas foram se sedenta rizando a partir de um processo que envolveu sua islamização, o estabelecimento de alianças com os futa-fulas – também islamiza dos – e a execução de jihads militares, o que teve como consequência o controle sobre as terras da região e sobre as populações vencidas. À medida que dominavam populações, os fulas as incorporavam à sua própria etnia, o que, a um só tempo, contribuía com a expansão numérica dos fulas e com a sedimentação de uma hierarquia interna. Outro ponto explorado pelo autor diz respeito à relação entre os fulas e a construção da nação guineense. Tendo, de maneira geral, se aliado aos portugueses durante o processo de luta anticolonial, participando dos Comandos africanos, grupo especializado do exército português composto por autóctones do território colonial, os combatentes deste agrupamento militar, após a independência, foram perseguidos pelo PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde). Os fulas, tendo representado o maior contingente de soldados nos Comandos, sofreram maiores danos no tocante as retaliações e execuções sumárias pelo governo pós-independência. Apesar das consequências sofridas, alguns atores da elite fula conseguiram se estabelecer em importantes posições políticas no cenário nacional. No entanto, tendo a posição dos fulas, durante a guerra anticolonial, marcado a maneira como são representados e se representam, a ascensão de um fula, Sissoco Embaló, à presidência do país levanta a questão de uma possível etnicização da política nacional. Em suma, este é um livro que trata de um tema complexo, interessante e pouco conhecido no Brasil, aliando o uso de fontes etnográficas e históricas às narrativas correntes entre os fulas de Gabú (que englobam memórias transmitidas de pai a filho, mitos de origem, relatos sobre experiências de participação na guerra de libertação, etc.) de forma a mostrar ao leitor a riqueza do contexto no qual a pesquisa foi realizada. Isso por si só seria suficiente para que este texto fosse adotado como leitura obrigatória para todos aqueles que desejam se informar sobre o que acontece noutras partes do mundo; enfim julgo necessário salientar que ele tem ainda o mérito de ser escrito numa linguagem clara e concisa.

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